Fonte: TJRJ
Foto: Brunno Dantas
Aos 99 anos a campista Maria do Amparo da Silva (foto acima) está longe de querer sossego ou ver o tempo passar. Ao contrário. Os quase 100 anos de existência que atravessaram dois séculos – o XX e o XXI – deixaram muitas lembranças em sua memória. Essas reminiscências são transformadas em saborosas histórias contadas a quem lhe dá um dedo de prosa.
-Eu adoro uma visita. É uma alegria para todo mundo – diz Amparo, com a sabedoria que os anos lhe deram.
Amparo é um dos 234 idosos assistidos pelo Abrigo Cristo Redentor, entre abrigados e os que passam o dia na unidade, em Bonsucesso, que estão sempre à espera de uma visita, de um abraço, de um carinho, de uma palavra amiga.
E é justamente pelo Abrigo Cristo Redentor que o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, através do Departamento de Ações Pró-Sustentabilidade (Deape), vai iniciar o projeto “Como vai você?”. A iniciativa visa levar satisfação e bem-estar ao idoso; reduzir a sensação de abandono dos abrigados, dedicando momentos de escuta e de visita; diversificar a qualidade de vida através de atividades promovidas pelas psicólogas do Deape em conjunto com voluntários e parceiros; proporcionar aos autônomos a participação nas atividades culturais do Museu da Justiça, entre outras medidas.
De acordo Márcia Fayad, psicóloga do Deape responsável pelo projeto no Deape, o “Como vai você” objetiva também diminuir o impacto da chamada institucionalização do idoso, que, não raro, gera sofrimento e até doenças.
O “Como vai você?”, que tem como lema a frase ‘Deixa o afeto te afetar’, promove sua primeira ação no Abrigo Cristo Redentor no dia 28 de junho: um chá da tarde. E voluntários são muito bem aceitos! Quem quiser participar pode se inscrever de 3/6 a 19/6 pelo telefone (21) 3133 2581 ou pelo e-mail [email protected].
De acordo com a diretora do abrigo, a servidora pública Tânia Lima, toda ajuda ao Cristo Redentor é bem-vinda. Só para se ter ideia das necessidades, os idosos consomem cerca de 2800 pacotes de fraldas por mês e 490 latas de suplemento alimentar. Mas, como diz Tânia, a carência de primeira hora se resume a uma palavra: amor. Afinal, muitos que ali chegam não têm qualquer referência familiar, estão sozinhos no mundo. E boa parte dos que contam com famílias acabam abandonados e esquecidos pelos parentes.
FS/SD